Criado e idealizado em 2012 pela dançarina e arquiteta Carmen Morais – tem como co-fundadoras Lígia Rizzo e Thaís Ushirobira -artistas da dança.
O núcleo apresenta como eixo principal a pesquisa sobre ‘arte e espaço urbano’ e mais precisamente a questão da espacialidade em dança dentro de propostas site-specific/ in-situ. Foi concebido com o intuito de viabilizar projetos em dança in-situ estabelecendo parcerias com artistas da dança e artistas de outras linguagens como por exemplo da arquitetura, da fotografia e do vídeo.
Formado principalmente por artistas profissionais independentes que apresentam em suas trajetórias um profundo interesse em pesquisar e criar ‘para’ e ‘com’ o espaço urbano. O núcleo apresenta assim, uma geometria variável, agrupando de duas a uma dezena de artistas segundo a especificidade de cada projeto.
As atividades do núcleo buscam se ancorar no espaço público, vislumbrado este espaço como lugar e objeto de experiências artísticas. Por vezes, propomos mesmo “mesclar” as fronteiras entre as disciplinas. É o caso, por exemplo, da nossa última pesquisa de criação “]entre[aberto” onde articulamos as linguagens da dança e da arquitetura em uma performance site-specific que, ao longo do seu desenvolvimento, constrói um objeto audiovisual ( Este projeto foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural da Secretaria da Cultura (ProAC 2012).
Um outro exemplo é o projeto “De segunda à sexta–feira” elaborado para a Fundação Nacional das Artes (FUNARTE 2012) onde temos o contexto das nossas feiras de rua de São Paulo como nosso sítio de investigação. Para este projeto além das linguagens da dança e da arquitetura articulamos esta pesquisa com a linguagem do vídeo. Performance e vídeo dança são aqui especialmente criadas para este contexto das feiras de rua paulistana.
Nosso processo de criação se inscreve na realidade e no cotidiano do contexto urbano. Pretendemos realizar produções que se concebam, que se inscrevam e que se articulem com o espaço urbano. O entorno arquitetônico, urbanístico assim como as relações que aí se dão são elementos considerados como fonte de informação e de sensações que podem ser captadas, registradas e acumuladas como matéria de criação. Nesta perspectiva, cada lugar é objeto de uma pesquisa minuciosa de suas características espaciais, plásticas, rítmicas, luminosas e sonoras. A história e o contexto do lugar, bem como as práticas e as maneiras dos usuários se servirem destes locais são também elementos intrínsecos à esta pesquisa. Espaços marginalizados e abandonados, hospitais, prédios desativados, ruínas, demolições e portos são alguns dos lugares que têm nos interessado como sítios de investigação e pesquisa. Trata-se de imaginar novos territórios para dança, selecionar e triar lugares para uma proposição artística e sobretudo tornar visível o movimento destes lugares.